Porta-agulhas na Cirurgia Veterinária: Características, Vantagens e Desvantagens

O porta-agulha é um instrumento essencial na cirurgia veterinária, projetado para segurar e manipular a agulha cirúrgica durante a sutura. Seu uso adequado permite um controle preciso da agulha, minimizando danos aos tecidos e garantindo uma sutura eficaz. Diferentes tipos de porta-agulhas são empregados de acordo com a preferência do cirurgião, o tipo de procedimento e o material de sutura utilizado. Entre os modelos mais comuns estão o Mayo-Hegar, Olsen-Hegar, Mathieu e Castroviejo, cada um com características distintas que influenciam a empunhadura, a precisão e a velocidade do procedimento.

O Mayo-Hegar é um dos porta-agulhas mais utilizados na prática veterinária. Ele possui um design simples, sem lâminas integradas, sendo necessário o uso de uma tesoura separada para cortar o fio de sutura.

Vantagens:

  • Apresenta maior resistência e durabilidade, sendo indicado para suturas em tecidos mais espessos, como musculatura e fáscias.
  • O mecanismo de trava em catraca permite um controle firme da agulha.
  • Pode ser utilizado com diversos tamanhos de agulha, adaptando-se a diferentes procedimentos cirúrgicos.

Desvantagens:

  • A necessidade de um instrumento adicional para cortar o fio pode tornar a sutura um pouco mais demorada.
  • A troca constante entre o porta-agulha e a tesoura pode aumentar a manipulação e o tempo cirúrgico.

Porta-Agulha Olsen-Hegar

O Olsen-Hegar diferencia-se do Mayo-Hegar por possuir uma tesoura embutida, permitindo que o cirurgião realize a sutura e o corte do fio com o mesmo instrumento.

Vantagens:

  • Agiliza o procedimento por eliminar a necessidade de trocar de instrumento para cortar o fio.
  • Ideal para cirurgias menores ou procedimentos que exigem sutura rápida, como em tecidos delicados.
  • Facilidade de uso para cirurgiões iniciantes, reduzindo a necessidade de coordenação entre diferentes instrumentos.

Desvantagens:

  • Maior risco de corte acidental do fio antes da finalização do nó, especialmente para cirurgiões menos experientes.
  • A presença da lâmina pode aumentar o desgaste do instrumento, reduzindo sua vida útil em comparação ao Mayo-Hegar.

Porta-Agulha Mathieu

O Mathieu possui um mecanismo de trava com mola, permitindo abertura e fechamento rápidos com uma única mão, facilitando sua utilização em suturas contínuas e procedimentos rápidos.

Vantagens:

  • Permite uma empunhadura ergonômica, pois tanto o travamento como o destravamento são realizados com o mesmo movimento (pressionando os cabos).
  • Agilidade no manuseio, especialmente útil para suturas contínuas e em áreas de difícil acesso.
  • Reduz a fadiga do cirurgião em procedimentos longos, pois exige menos esforço para abrir e fechar.

Desvantagens:

  • Pode exigir maior adaptação para cirurgiões acostumados com os modelos tradicionais de trava em catraca.
  • Menos indicado para tecidos espessos ou que exigem maior controle da agulha, pois o mecanismo de mola pode reduzir a força de fixação.

Porta-Agulha Castroviejo

O Castroviejo é um porta-agulha delicado, projetado para procedimentos de alta precisão, como cirurgias oftálmicas, vasculares e microcirurgias. Possui um sistema de trava tipo mola, semelhante ao Mathieu, permitindo um manuseio refinado e preciso.

Vantagens:

  • Indicado para suturas finas e delicadas, proporcionando alto nível de precisão.
  • Mecanismo de mola facilita a abertura e fechamento com mínimo esforço.
  • Design leve e compacto, adequado para cirurgias minuciosas e de pequena escala.

Desvantagens:

  • Não é ideal para tecidos espessos ou que requerem alta resistência mecânica.
  • Pode ser mais difícil de manusear para cirurgiões que não estão familiarizados com instrumentos de microcirurgia.

Conclusão

A escolha do porta-agulha ideal depende do tipo de cirurgia, da preferência do cirurgião e do nível de experiência. O Mayo-Hegar oferece robustez e versatilidade, sendo indicado para suturas que exigem maior controle. O Olsen-Hegar proporciona agilidade, sendo útil em procedimentos rápidos e em tecidos delicados. Já o Mathieu, com seu mecanismo de mola, permite um manuseio ergonômico e eficiente, especialmente em suturas contínuas e o Castroviejo é a melhor opção para cirurgias minuciosas que exigem extrema precisão. O conhecimento dessas diferenças permite ao cirurgião veterinário tomar decisões mais assertivas, garantindo uma sutura eficiente e segura.


Referências Bibliográficas (Norma ABNT)

  1. FOSSUM, T. W. Cirurgia de Pequenos Animais. 4. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2015. 1640 p.
  2. TOBIAS, K. M.; JOHNSTON, S. A.. Veterinary Surgery: Small Animal. 2. ed. St. Louis: Elsevier, 2017. 2328 p.

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