Classificação das Fraturas

Classificação das Fraturas e as Forças Envolvidas

Fraturas ósseas são classificadas para descrever a extensão e o padrão da lesão, facilitando a comunicação entre veterinários e o planejamento do tratamento. A classificação baseia-se em critérios como o tipo de fratura, o estado da pele (aberta ou fechada), o grau de deslocamento, a possibilidade de reconstrução e a localização anatômica.

Classificação Geral

As fraturas podem ser fechadas, quando a pele permanece intacta, ou abertas, caracterizadas pela exposição do osso devido a uma laceração tecidual. Fraturas abertas podem variar de pequenas feridas a graves lesões com dano extenso aos tecidos moles. Também podem ser classificadas como completas, quando há separação total do osso, ou incompletas, como ocorre nas fraturas em galho verde, comuns em animais jovens devido à maior flexibilidade óssea.

Classificação Baseada na Direção e Número de Linhas de Fratura

  • Fraturas Transversas: essas fraturas apresentam uma linha de ruptura perpendicular ao eixo do osso. Elas surgem, geralmente, devido a forças de compressão aplicadas diretamente em um ângulo reto ao osso. O trauma é localizado e pode ocorrer, por exemplo, quando o animal sofre um impacto direto, como uma queda ou colisão.
  • Fraturas Oblíquas: com uma linha de ruptura inclinada, as fraturas oblíquas resultam da combinação de forças de compressão e cisalhamento aplicadas em um ângulo. Esse padrão cria superfícies de fratura que podem deslizar, o que exige estabilização cuidadosa para evitar complicações durante a cicatrização.
  • Fraturas Espirais: são causadas por forças de torção aplicadas ao osso, gerando um padrão helicoidal na ruptura. Esse tipo de fratura ocorre frequentemente quando um membro é preso enquanto o restante do corpo continua em movimento, provocando a torção.
  • Fraturas Cominutivas: quando o osso é fragmentado em várias partes, temos uma fratura cominutiva. Esse padrão está associado a traumas de alta energia, como atropelamentos ou quedas de grande altura. A presença de múltiplos fragmentos torna essas fraturas mais desafiadoras, pois exigem técnicas avançadas de fixação para garantir a estabilidade.

Classificação Baseada na Localização

As fraturas também são descritas pela localização anatômica. Fraturas na diáfise (corpo do osso), metáfise (região de transição entre epífise e diáfise) ou epífise (extremidades articulares) são comuns. Para fraturas que envolvem a placa de crescimento (fise), utiliza-se a classificação de Salter-Harris, que identifica cinco tipos principais com base na extensão do comprometimento da epífise, metáfise e fise.

Classificação Baseada no Número de Fragmentos

Fraturas são descritas como redutíveis, quando é possível reconstruir o osso, pois existe uma linha de fratura e, geralmente, 2 grandes fragmentos, ou irredutíveis, em que há múltiplos fragmentos pequenos dificultando a estabilização. Essas características determinam o método de tratamento, desde imobilização externa até fixação interna avançada.

Conclusão

O entendimento detalhado das fraturas, incluindo sua classificação e as forças que as causam, é essencial para diagnósticos precisos e tratamentos eficazes. A abordagem correta depende da localização, tipo e complexidade da fratura, além do estado geral do paciente, permitindo um manejo seguro e uma recuperação funcional eficiente.

Referência Bibliográfica:

FOSSUM, Theresa Welch. Cirurgia de pequenos animais. 4. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2014

TOBIAS, Karen M.; JOHNSTON, Spencer A. (eds.). Veterinary Surgery: Small Animal. 2nd ed. St. Louis: Elsevier, 2017

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